Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, a 6 de novembro de 1919. As suas raízes dinamarquesas remontam ao bisavô paterno, Jan Heinrich Andresen, que partira da Dinamarca em direção à América a bordo de um pequeno navio, mas decidiu começar uma vida nova na cidade do Porto, tendo sido muito bem-sucedido.
Em 1985, o filho João Henrique adquiriu a Quinta do Campo Alegre. Foi nesta quinta - atual Jardim Botânico do Porto - e na praia da Granja - onde passava as férias de verão - que a futura escritora viveu i infância e a juventude e onde terá recebido influências decisivas para a sua obra.
Quando falamos de Sophia, pensamos de imediato numa das mais importantes portisas portuguesas do século XX.
Entre 1944 e 1997, publicou catorze livros de poesia, nos quais privilegiou temas como a Natureza - com destaque para o mar, a sua beleza e os seus mitos -, a procura da justiça, a civilização grega, a importância da poesia, entre outros. Mas a autora dedicou-se também à prosa.
Na sequência do casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Além de literatura infantil, Sophia escreveu outras obras narrativas e também peças de teatro.
Em termos cívicos, a escritora caracterizou-se por uma atitude interventiva, tendo denunciado ativamente o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e subscreveu o Manifesto doa 101, contra a guerra colonial e o apoio da Igreja Católica à política de Salazar. Foi ainda fundadora e membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Após o 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto, numa lista do Partido Socialista. foi também público o seu apoio à independência de Timor-Leste, consagrada em 2002.
Em 1999, Sophia foi a primeira mulher portuguesa a receber o Prémio Camões. Recebeu ainda o Prémio Max Jacob (2001) e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (2003), entre outros.
Faleceu aos 84 anos, no dia 2 de julho de 2004, em Lisboa. Nesse mesmo ano, o Oceanário de Lisboa atribuiu o seu nome a uma sala e afixou alguns dos seus poemas, relativos ao mar, nas zonas de descanso do espaço de exposição permanente.
(Porto Editora)