Desde a janela da biblioteca acompanhámos o florescimento dos Jacarandás no largo do coreto.
Uma explosão de cor, bela e inspiradora, inundou-nos o olhar e encheu-nos o coração.
Todos os anos este desabrochar é presságio do verão que está a chegar e com ele, o tempo do descanso e do lazer.
Os Jacarandás são árvores nativas da Ámerica do Sul e chegaram a Portugal no inicio do século 19. São árvores que se adaptam muito bem em lugares onde o clima é ameno.
O seu nome tem origem indígena – “jacarandá” é palavra da língua tupí-guarani.
Esta espécie de árvore foi introduzida em Portugal por Félix de Avelar Brotero, diretor do Jardim Botânico da Ajuda entre 1811 e 1828.
Os jacarandás adaptaram-se rapidamente em Lisboa e passaram a fazer parte da identidade da capital.
O poeta Eugénio de Andrade dedicou-lhes um poema:
São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às nuvens altas – irmão dos pássaros –,
perder-me no ar.