"Folhas amarelas,
vermelhas e castanhas no chão. Elas caem das árvores e flutuam no ar,
proclamando o final de uma vida. O vento leva-as com delicadeza até seu
encontro final com os relvados fofos dos jardins ou com o asfalto duro da rua.
As mornas brisas do Outono
vão brincar com as folhas moribundas e transformar a tristeza em alegria. As
folhas de Outono cambalhoteiam e esvoaçam, girando em círculos, num último
adeus à sua mãe árvore que lhes deu a vida na Primavera. Na sua breve existência,
vestiram de verde as árvores dos jardins, dos pomares e dos bosques; deram
sombra aos passarinhos e aos humanos. Agora, ao cair, elas fertilizarão os
solos como adubo orgânico, num ciclo de vida e de morte que se repete todos os
anos."
Vaz Nunes (Escolovar)
"Tal como o outono também tenho as minhas recaídas"