"Fui ver ao dicionário dos sinónimos
A palavra mais bela, sem igual,
Perfeita como a nave dos Jerónimos
E o dicionário disse-me: NATAL.
Perguntei aos poetas que releio
Gabriela, Régio, Göthe, Poe,
Quental, Lorca, Olegário...
E a resposta veio:
Christmas... Nöel... Natividade... NATAL.
Interroguei o firmamento todo
Cobra, formiga, pássaro, chacal!
aço em chispas, o pipe-line, o lodo!
E a voz das coisas respondeu: NATAL!
Pedi ao vento e trouxe-me dispersos
Riscos de luz, fragmentos de papel
Cânticos, sinos, lágrimas e versos
N, um A, um T, um A, um L...
Perguntei a mim próprio e fiquei
mudo
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para que perguntar, se tudo, tudo,
Diz: NATAL, diz NATAL, diz NATAL!"
Adolfo Simões Müller
Perguntei aos poetas que releio
Gabriela, Régio, Göthe, Poe,
Quental, Lorca, Olegário...
E a resposta veio:
Christmas... Nöel... Natividade... NATAL.
Interroguei o firmamento todo
Cobra, formiga, pássaro, chacal!
aço em chispas, o pipe-line, o lodo!
E a voz das coisas respondeu: NATAL!
Pedi ao vento e trouxe-me dispersos
Riscos de luz, fragmentos de papel
Cânticos, sinos, lágrimas e versos
N, um A, um T, um A, um L...
Perguntei a mim próprio e fiquei
mudo
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para que perguntar, se tudo, tudo,
Diz: NATAL, diz NATAL, diz NATAL!"
Adolfo Simões Müller