EB 2,3 Infante D. Fernando - Biblioteca

07/06/2019

Agustina Bessa-Luís

A biblioteca presta homenagem à escritora. Um dos nomes maiores da literatura portuguesa.
Vila Meã (Amarante), 1922 - Porto, 3 de junho 2019 

Em exposição, alguns dos seus livros que existem na biblioteca.


Grande parte da sua vida foi passada a escrever. Dos romances aos escritos mais breves., Agustina domina a palavra com a mestria que caracteriza os génios da literatura.
Escritora, ensísta, articulista e jornalista, o seu estilo surpreende e provoca.

O cenário de infância é rural, ao correr do rio Douro. Agustina contém em si a força dessa terra, feita de instinto, sabedoria e de uma certa crueldade com que vai tecer os enredos da abundante bibliografia. 

Escreve sobre a condição da mulher, a natureza humana, o bem e o mal.


O encontro com os livros e com as leituras acontece cedo, na biblioteca do avô materno. Começa a escrever a partir de estampas que recorta e, aos 12 anos, as  suas histórias fazem dela a heroína da turma. A escrita passa a ser uma obsessão. Agustina confessa que escreve rapidamente e sem emendas. Publica o primeiro romance, “Mundo Fechado”, em 1948, com 26 anos de idade. Seis anos depois aparece “A Sibila”, romance que a consagra e que conquista presença nos currículos escolares. Algumas das suas histórias, como ”Fanny Owen” ou a obra-prima “Vale Abraão”, foram adaptadas ao cinema por Manoel de Oliveira, o decano dos cineastas portugueses. 

Prosadora de qualidades reconhecidas e amplamente premiadas, a vencedora do Prémio Camões em 2004 é considerada a herdeira de Camilo Castelo Branco. As histórias que faz são parecidas com a vida, desconexas e filosóficas. Observadora atenta da sociedade portuguesa, recorre a uma ironia sofisticada e impiedosa  para criticar o mundo fechado da aristocracia nortenha.

(rtp.pt)