A biblioteca presta homenagem à escritora. Um dos nomes maiores da literatura portuguesa.
Vila Meã (Amarante), 1922 - Porto, 3 de junho 2019
Em exposição, alguns dos seus livros que existem na biblioteca.
Grande parte da sua vida foi passada a escrever. Dos
romances aos escritos mais breves., Agustina domina a palavra com a mestria que
caracteriza os génios da literatura.
Escritora, ensísta, articulista e jornalista, o seu estilo
surpreende e provoca.
O cenário de infância é rural, ao correr do rio Douro.
Agustina contém em si a força dessa terra, feita
de instinto, sabedoria e de uma certa crueldade com que vai tecer os enredos da
abundante bibliografia.
Escreve sobre a condição da mulher, a natureza humana,
o bem e o mal.
O encontro com os livros e com as leituras acontece cedo, na
biblioteca do avô materno. Começa a escrever a partir de estampas que recorta
e, aos 12 anos, as suas histórias fazem
dela a heroína da turma. A escrita passa a ser uma obsessão. Agustina
confessa que escreve rapidamente e sem emendas. Publica o primeiro romance,
“Mundo Fechado”, em 1948, com 26 anos de idade. Seis anos depois aparece “A
Sibila”, romance que a consagra e que conquista presença nos currículos
escolares. Algumas das suas histórias, como ”Fanny Owen” ou a obra-prima “Vale
Abraão”, foram adaptadas ao cinema por Manoel de Oliveira, o decano dos
cineastas portugueses.
Prosadora de qualidades reconhecidas e amplamente
premiadas, a vencedora do Prémio Camões em 2004 é considerada a herdeira de
Camilo Castelo Branco. As histórias que faz são parecidas com a vida,
desconexas e filosóficas. Observadora atenta da sociedade portuguesa, recorre a
uma ironia sofisticada e impiedosa para
criticar o mundo fechado da aristocracia nortenha.
(rtp.pt)