ilustração Dora Azevedo |
O ovo é um daqueles símbolos que se explica por si mesmo.
Contém o fruto da vida, que representa o nascimento e a renovação. De uma forma simples, podemos dizer que é o símbolo da vida.
Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo nasceu de um ovo.
Na maioria das tradições, este "ovo cósmico" aparece depois de um período de caos.
Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa chamada Hamsa (um espírito considerado o "sopro divino") chocou o ovo cósmico e, daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao céu e à terra (o céu seria a clara do ovo e a terra a gema).
O mito do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas.
Antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha abriu-se e, dos seus elementos pesados, surgiu a terra (Yin) e, da sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yang).
Há vários séculos os orientais preocupavam-se em embrulhar os ovos naturais com cascas de cebola e cozinhavam-nos com beterraba. Ao retirá-los do fogo, ficavam com desenhos mosqueados na casca. Os ovos eram dados como presentes na Festa da Primavera.
Para os celtas, o ovo cósmico é parecido com o ovo de uma serpente.
Para eles, o ovo representava o Universo: a gema era o globo terrestre, a clara o firmamento e a atmosfera, e a casca equivalia à esfera celeste e aos astros.
Na tradição cristã, o ovo aparece como uma renovação periódica da Natureza.
Em muitos países europeus, ainda hoje há a crença de que comer ovos no Domingo de Páscoa traz saúde e sorte durante o resto do ano (ora vejam os folares da Páscoa!).
E mais: um ovo posto na sexta-feira santa afasta as doenças!
(Junior.PT)
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