Um
capacete de guerra tem um ar carrancudo.
Muito
mais bela é uma flor.
Uma
flor tem tudo
para
falar de paz e de amor.
Mas
se virarmos o capacete de guerra
ele
será um vaso, e é bem capaz
de
ter uma flor num pouco de terra
e
falar de amor e de paz.
A paz
é uma pomba que voa.
É um
casal de namorados.
São
os pardais de Lisboa
que
fazem ninho nos telhados.
E é
o riacho de mansinho
que
saltita nas pedras morenas
e
toda calma do caminho
com
árvores altas e serenas.
A
paz é o livro que ensina.
É
uma vela em alto mar
e é
o cabelo da menina
que
o vento conseguiu soltar.
E é
o trabalho, o pão, a mesa,
a
seara de trigo ou de milho,
e
perto da lâmpada acesa
a
mãe que embala seu filho.
A
paz é quando um canhão
muito
feio e de poucas falas,
sente
bater um coração
e
dispara cravos, em vez de balas.
E é
o abraço que dás
no
dia em que tu partires,
e as
gotas de chuva da paz
no
balanço do arco-íris.
A
paz é a família inteira
na
alegria do lar,
bem
juntinho a lareira
quando
o inverno chegar.
A
paz é a onda redonda
que
da praia tem saudades
e
muito mais do que a onda
a
paz é a vida sem grades.
A
paz são aquelas abelhas
que
nos dão favos de mel
e
todas as papoulas vermelhas
que
eu desenho no papel.
Ventoinha,
ventarola,
Moinho
que faz farinha,
Meninos
que vão à escola,
A
paz é tua e é minha.