EB 2,3 Infante D. Fernando - Biblioteca

20/10/2012

Autora do Mês - Luísa Ducla Soares



«Talvez sejam frequentes os afectos que me induzem a pegar na lapiseira e escrever. Escrevo por amor, raiva, indignação, muitas vezes. Os afectos desencadeiam uma premência de expressão».

A escritora nasceu em Lisboa, a 20 de Julho de 1939, onde se licenciou, com vinte e cinco anos de idade, em Filologia Germânica, pela Faculdade de Letras da universidade daquela cidade.

Iniciou a sua actividade profissional como tradutora, consultora literária e jornalista.

Luísa Ducla Soares orientando-se preferencialmente para a literatura destinada a crianças e jovens, publicou mais de 80 obras. Nos seus textos aparece um universo de valores caros ao desenvolvimento intelectual, moral, cívico e social das crianças.

A autora afirma que começou a sentir-se envolvida no universo dos mais novos na sua adolescência, começando a inventar histórias para o seu irmão, dez anos mais novo, que detestava todos os livros que lhe davam.
Segundo a autora todas essas histórias que inventava eram feitas à medida do seu gosto, das suas vivências, da sua personalidade.


Em sua opinião, “muitos escritores de literatura para a infância dirigem-se à criança que foram ou à criança que idealizam”. No seu caso, foi confrontada com uma realidade, com uma criança capaz de contestar ou até mesmo criticar aquilo com que não concordasse ou que a não contentasse e que, em seu entender, constituiu-se numa das experiências mais duradouras e marcantes que a conduziram até ao universo da criança.
Nos seus livros, assistimos a uma revisitação do passado e do património tradicional, nomeadamente nos textos adaptados da literatura oral, como por exemplo, em Lengalengas (1988), Destrava Línguas (1988), Adivinha, Adivinha (1991).

Para Luísa Ducla Soares, é indispensável que não se percam as tradições e a memória daquilo que foi vivido e pensado antigamente. Na sua perspectiva, “essa memória fortalece a identidade cultural, é a herança irrecusável que nos foi legada por gerações e gerações. A literatura oral sobreviveu, por vezes ao longo de muitos séculos, por constituir um repositório de arquétipos intemporais, de sabedoria acessível a toda a gente”

É sócia fundadora do Instituto de Apoio à Criança. Tem escrito guiões televisivos e preparou diversos sites de internet, nomeadamente os da Presidência da República durante o mandato de Jorge Sampaio.

Tem elaborado para o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, para o Ministério da Educação e Fundação Gulbenkian diversas publicações seletivas da literatura infantil nacional e internacional.

Vários poemas seus foram musicados, tendo sido editado em 1999 um CD com letras exclusivamente de sua autoria musicados por Susana Ralha. Intitula-se 25 por ser constituído por 25 canções e se integrar na comemoração dos 25 anos da Revolução de 25 de abril.

Junto de escolas e bibliotecas desenvolve regularmente ações de incentivo à leitura. Participa frequentemente em colóquios e encontros, apresentando conferências e comunicações sobre problemática relacionada com os jovens e a leitura e sobre literatura para os mais novos.

Recusou, por motivos políticos, o Grande prémio de Literatura Infantil que o SNI pretendeu atribuir-lhe pelo livro " História da Papoila " em 1973. Recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian para o melhor livro do biénio 1984-5 por " 6 Histórias de Encantar" e foi galardoada com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian pelo conjunto da sua obra em 1996. Em 2004 foi selecionada como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen.

Fonte: Gulbenkian casa da leitura
http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/documentos/vo_lduclasoares_a.pdf

Na biblioteca encontras muitos livros da autora e bem divertidos, acredita!