"Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu"
Fernando Pessoa
Projeção da Peça "A Menina do Mar" da mesma autora, encenada por Filipe La Féria, para os alunos do 1º ciclo.
"Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sósE tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim."
Sophia de Mello Breynar
O que te segreda o mar?
"Está a ser difícil de aguentar
Este tempo sem te tocar
Enquanto estás feliz
As minhas lágrimas desaguam no mar"
(aluno não identificado)
"O mar a mim não segreda, eu segredo ao mar.
Conto-lhe os segredos que não quero que ninguém saiba.
Grito a ele os meus medos e as confusões...
Hoje penso que o mar é o melhor amigo...
Já guardou segredos e já ouviu pessoas chorar...
O mar é o livro da Paz."
Lourena
"No mar aparecem coisas que podemos imaginar: Sereias, estrelas, cavalos e muitos mais.
No mar existem muitos mistérios pois há muitos segredos por desvendar."
Iara Gago
"O mar segreda-me que tem muitos segredos: muitas espécies marinhas lindas que nós desconhecemos, mas o homem destrói o seu habitat natural pois cada vez que um navio se afunda ou cada vez que deitamos lixo para o mar, estamos a poluir."
Marta Carneiro
"Gosto de passear pela praia, pois gosto de ouvir o som do mar.
Quando estou triste, gosto de olhar para a bela vista que o mar nos oferece."
Daniela Neto
...
A Marta, Bruna e Chantal citaram algumas quadras do livro " O Mar na Cultura Popular Portuguesa" de M. Isabel de Mendonça Soares.
O Mar descoberto pelos poetas
O Mar descoberto pelos poetas
"A literatura e cultura portuguesas estão salpicadas de Mar, cheiram a maresia. Desde o princípio, o Mar foi a nossa paisagem quotidiana, impregnando profundamente a psicologia, as tradições, a literatura, a arte e até a gastronomia portuguesas.
A inspiração marítima é tão antiga como a nossa literatura. Curiosamente, foram os poetas trovadorescos e palacianos (sécs. XII a XIV), que descobriram o Mar, bem antes das Descobertas quinhentistas. Com efeito, já nos alvores da nacionalidade o apelo do Mar se fazia sentir no lirismo amoroso galaico-português, com suas barcarolas ou marinhas, inspiradas na temática marítima.
É ainda um Mar costeiro, visto de terra. Tem suas ondas e marés mais ou menos ameaçadoras, por vezes até confidentes de corações saudosos...
Nascemos a ver, ouvir e sentir o Mar. Desde os alvores da nacionalidade, e terminada a conquista do solo, o Mar era o nosso grande chamamento, a nossa vocação essencial. Chegara o momento de partir e desbravar o Mar Desconhecido, torná-lo no nosso mar arável. Com essa partida, mudaríamos o rumo da nossa História e transformaríamos a face do mundo até então conhecido. Era a hora de ir para o cais e encetar a grande Viagem da Expansão."
em, "Letras & Letras"